• Abaixo o governo da corrupção, das privatizações e dos ataques racistas! Há que tomar as ruas e construir uma esquerda combativa!

    Abaixo o governo da corrupção, das privatizações e dos ataques racistas! Há que tomar as ruas e construir uma esquerda combativa!

  • Trump culpa Zelensky para ocultar a derrota catastrófica dos EUA na Ucrânia

    Trump culpa Zelensky para ocultar a derrota catastrófica dos EUA na Ucrânia

  • III Congresso da Esquerda Revolucionária: Construir o partido da revolução

    III Congresso da Esquerda Revolucionária: Construir o partido da revolução

  • A inteligência artificial chinesa desencadeia o pânico entre as empresas de tecnologia estado-unidenses

    A inteligência artificial chinesa desencadeia o pânico entre as empresas de tecnologia estado-unidenses

  • Genocídio sionista em Gaza: Trump copia Hitler e propõe limpeza étnica total

    Genocídio sionista em Gaza: Trump copia Hitler e propõe limpeza étnica total

  • 1
  • 2
  • 3
  • 4
  • 5


Foi com grande tristeza que soubemos da triste notícia da morte de Peter Taaffe, um líder histórico do movimento trotskista internacional e na Grã-Bretanha, e um incansável lutador pelo socialismo. Da Esquerda Revolucionária queremos transmitir toda a nossa solidariedade e apoio à sua companheira Linda, às suas filhas Nancy e Katie, e ao resto da sua família, e, claro, aos camaradas do Socialist Party em Inglaterra e no País de Gales e do Comité para uma Internacional dos Trabalhadores (CWI/CIT).

Peter Taaffe foi o fundador da tendência Militant na Grã-Bretanha, a principal organização trotskista na Europa durante a década de 1980, e a que construiu as raízes mais fortes no movimento operário organizado e entre a classe trabalhadora. Vindo de uma família proletária em Birkenhead, desde a sua juventude foi um expoente da melhor tradição revolucionária da nossa classe e de uma comprovada capacidade de entrega e sacrifício.

Embora nunca tenha frequentado a universidade, a sua sólida formação marxista levou-o a envolver-se em duras polémicas com muitos teóricos do trotskismo e da esquerda reformista, realizando análises muito mais completas e certeiras dos acontecimentos da luta de classes contemporânea.

Longe da arrogância pequeno-burguesa, Taaffe sabia mover-se entre os militantes e ativistas da classe trabalhadora. O seu papel crucial na construção de Militant, no grande movimento de massas liderado por membros marxistas do City Council em Liverpool, em meados da década de 1980, e no desafio da campanha massiva contra a Poll Tax que levou à demissão de Margaret Thatcher, é suficiente para o confirmar como um dos mais destacados dirigentes revolucionários do seu tempo.

Muitos de nós conhecemos Peter Taaffe em meados dos anos 1970 e 1980. Na construção das forças do marxismo nesse período, participámos da organização do CWI/CIT, e também dos debates acalorados que ocorreram no início da década de 1990. O colapso do estalinismo e a profunda viragem à direita das organizações tradicionais da classe trabalhadora tornaram necessária uma abordagem marxista muito rigorosa e adaptar a tática do partido revolucionário a uma situação objetiva realmente difícil.

Nas controvérsias internas daqueles anos, a maioria da seção espanhola do CWI-CIT situou-se do lado da minoria liderada por Ted Grant, fundador de Militant e também um membro histórico do trotskismo internacional com uma importante bagagem teórica. Fomos uma parte fundamental da fundação da Tendência Marxista Internacional (IMT) liderada por Alan Woods.

No entanto, ao longo dos anos seguintes, fizemos uma revisão muito crítica das abordagens teóricas, programáticas e táticas dessa rutura, e chegámos à conclusão de que Peter Taaffe e os seus camaradas haviam feito uma análise muito mais próxima do marxismo revolucionário em muitas das questões que estavam em discussão: o colapso do estalinismo e a restauração do capitalismo na URSS, o fracasso da revolução sul-africana e o papel do ANC, as perspetivas do boom económico do capitalismo global, ou a denúncia aberta da completa distorção do marxismo que era considerar a tática do entrismo como uma "lei histórica".

Apesar de as tentativas de reunificação com o CWI/CIT não terem dado frutos positivos1, e das diferenças que continuamos a manter, não esquecemos os contributos políticos de Peter Taaffe, nem a sua determinação em construir no seio da classe operária e das suas organizações de massas. O seu tratamento humano era um reflexo de tudo isto, e estava longe do hábito de adulação ao "líder" que muitos de nós sofremos e combatemos.

Partiu um camarada por quem guardaremos sempre um reconhecimento fraterno. E estamos convencidos de que o seu exemplo contribuirá para continuar sem tréguas a luta pela revolução socialista mundial.

Comité Executivo da Esquerda Revolucionária Internacional
25 de abril de 2025


Notas:

1. A secção portuguesa cindiu-se do CWI/CIT juntamente com as seções do Estado espanhol, México, Venezuela e o grupo Offensiv de Hamburgo, Alemanha. Estas secções fundariam a Esquerda Revolucionária Internacional.

JORNAL DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA

JORNAL DA LIVRES E COMBATIVAS

Os cookies facilitam o fornecimento dos nossos serviços. Ao usares estes serviços, estás a permitir-nos usar cookies.