A arma da crítica não pode, evidentemente, substituir a crítica das armas; a força material tem de ser derrubada pela força material; mas a teoria também se torna força material assim que as massas a incorporam.
Karl Marx, Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel

Sem teoria revolucionária, não pode haver movimento revolucionário.
Lenin, O que fazer

Sempre explicámos que um partido é, antes de mais, ideias, métodos e tradições, e só depois uma organização e um aparelho para levar o programa às camadas mais amplas dos explorados. Afinal de contas, a nossa teoria, da qual derivam as nossas tácticas e estratégias, generaliza a experiência histórica do proletariado.
Documento de Perspectivas Políticas aprovado no III Congresso da Esquerda Revolucionária

Novas camadas da classe trabalhadora e juventude procuram uma resposta, que vá para além do reformismo falhado, à crise capitalista e redobrados ataques da burguesia que aumentam a miséria, o autoritarismo, a extrema-direita, o militarismo e as guerras imperialistas. Essa resposta é a revolução socialista, que está dependente da existência de um partido revolucionário que retire todas as lições da experiência histórica da classe trabalhadora de forma a adotar um programa e métodos adequados à sua tarefa. Essas lições estão contidas nas principais obras do marxismo que continuam a servir de farol à teoria e prática revolucionárias atuais e que compilamos nesta página. As obras estão divididas por tema, e as que julgamos serem fundamentais estão a negrito. Podes ainda ler o nosso programa nas edições do nosso jornal A Centelha ou aqui.

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Materialismo dialéctico

“A dialética não é mais do que a ciência das leis gerais do movimento e da evolução da natureza, da sociedade humana e do pensamento…”. O materialismo dialético constitui a espinha dorsal do socialismo científico e é por isso que sempre foi objeto de ataques, tanto por parte de posições revisionistas do marxismo como pela filosofia positivista burguesa.

Materialismo histórico

“A tese de que ‘o modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral’, de que todas as relações sociais e estatais, todos os sistemas religiosos e jurídicos, todas as ideias teóricas que surgem na história, só podem ser compreendidas quando se compreendem as condições materiais de vida da época em questão e se sabe explicar tudo isso por estas condições materiais; essa tese foi uma descoberta que veio a revolucionar não só a Economia Política, mas todas as ciências históricas...” A história de todas as sociedades até aos nossos dias é a história da luta de classes. 

el gran juego

"Este manifesto, o mais genial entre todos os da literatura mundial, surpreende-nos ainda hoje pela sua atualidade. (...) Sob as condições da época imperialista, deve ser complementado pelos documentos dos quatro primeiros congressos da Internacional Comunista, pela literatura fundamental do bolchevismo e pelas decisões das conferências do movimento pela IV Internacional" - Trotsky, 90 Anos do Manifesto Comunista. Imagem da capa da nossa edição.

Economía política

Marx expôs na sua obra cimeira, O Capital, as leis que explicam o funcionamento da produção, da circulação e da troca de mercadorias e que caracterizam o modo de produção capitalista. Partindo e superando as contribuições feitas pelos economistas clássicos, Marx descobriu que o objetivo que impulsiona a produção de mercadorias sob o capitalismo é o máximo lucro, ou seja, a luta pela apropriação privada da mais-valia produzida pelo trabalho humano, a única fonte geradora de valor. A teoria marxista explica que o conflito entre o capital e o trabalho se torna assim na contradição fundamental da sociedade capitalista.

Teoría marxista do Estado

“De acordo com os professores e publicitários mesquinhos — que a cada passo invocam, benevolentes, Marx! — o Estado é precisamente quem reconcilia as classes. Segundo Marx, o Estado é um órgão de dominação de classe, um órgão de opressão de uma classe por outra, é a criação da ‘ordem’ que legaliza e reafirma essa opressão, amortecendo os choques entre as classes…”. Estas palavras de Lenin tiradas da sua grande obra O Estado e a Revolução, resumem a posição do marxismo revolucionário sobre o papel do Estado na sociedade de classes. Uma contribuição fundamental para compreender os fundamentos do socialismo científico num assunto de tanta transcendência para a ação revolucionária.

Reformismo e revisionismo

A doutrina marxista não só pode refutar teoricamente o oportunismo, como é a única capaz de explicá-lo como uma manifestação histórica no processo de construção do partido. A luta contra o reformismo e a adaptação do movimento revolucionário internacional à opinião pública burguesa e ao parlamentarismo remonta aos anos em que Marx e Engels tentaram construir as primeiras organizações independentes da classe trabalhadora. 

el gran juego

Com Reforma ou Revolução, Rosa Luxemburgo refutou uma a uma todas as teses dos reformistas que até hoje alegam a possibilidade de um "capitalismo de rosto humano" precisamente quando a desigualdade social, o avanço do autoritarismo e da extrema-direita, as guerras imperialistas e a ditadura do capital financeiro aumentam a crise da democracia parlamentar burguesa. Imagem da capa da nossa edição.

A conceção marxista do partido

Os oprimidos, e a classe trabalhadora em particular, só podem basear-se nas suas próprias forças para acabar com o velho regime. Mas, para adquirirem essa confiança, precisam de ter uma perspetiva clara, que apenas pode ser fornecida por uma direção firme e audaciosa. O papel de um partido revolucionário transforma-se no fator objetivo mais decisivo de todos. No Programa de Transição, Trotsky escreveu: “As condições objetivas para a revolução proletária não só amadureceram, como começaram a apodrecer. (…) É a hora do proletariado, ou seja, acima de tudo da sua vanguarda revolucionária. A crise histórica da Humanidade resume-se à crise da sua direção revolucionária.”

Teoria marxista da revolução

“A característica mais indiscutível das revoluções é a intervenção direta das massas nos acontecimentos históricos. Em tempos normais, o Estado, seja monárquico ou burguês, está acima da nação; a história é da responsabilidade dos especialistas dessa profissão: os monarcas, os ministros, os burocratas, os parlamentares, os jornalistas. Mas nos momentos decisivos, quando a ordem estabelecida se torna insuportável para as massas, estas rompem as barreiras que as separam do palco político, derrubam os seus representantes tradicionais e, com a sua intervenção, criam um ponto de partida para o novo regime...” Trotsky, História da Revolução Russa. 

el gran juego

Como foi possível que a Revolução Portuguesa ficasse a meio, apesar do colapso quase total do Estado e da criação de órgãos de duplo poder que punham em causa a autoridade do recém-criado Estado Burguês “democrático”? Ao contrário da Rússia em 1917, não havia, em Portugal, no biénio 1974/1975, um partido Bolchevique capaz de levar a Revolução ao fim. A construção do partido revolucionário é tão necessária hoje como então para defender o programa da transformação socialista da sociedade. Imagem da capa da nossa edição.

O imperialismo 

“Se fosse necessário definir o imperialismo da forma mais breve possível, deveríamos dizer que o imperialismo é a fase monopolista do capitalismo. Tal definição incluiria o mais importante, por um lado o capital financeiro é o capital bancário de alguns grandes bancos monopolistas fundido com o capital das associações industriais monopolistas e, por outro, a partilha do mundo é a transição de uma política colonial que se estende sem obstáculos a territórios que nenhuma potência capitalista se apropriou ainda, para uma política colonial de posse monopolista de um planeta já completamente repartido...”. Estas palavras, escritas por Lenin na sua célebre obra O imperialismo, fase superior do capitalismo, constituem a análise marxista mais completa deste fenómeno. 

O marxismo e a mulher

A luta contra a opressão da mulher trabalhadora é um aspecto essencial do programa marxista. Os baixos salários e a exploração disfarçada através de tarefas domésticas, do casamento e da família burguesa, o peso da religião e dos preconceitos, a chaga da violência machista, etc, devem ser combatidos por todo o movimento da classe trabalhadora. Os marxistas não vemos a luta pela libertação da mulher como uma tarefa separada, nem aceitamos os planeamentos do feminismo pequeno-burguês que aspira à realização da mulher respeitando o quadro da opressão capitalista. Falamos aqui de opressão de género e de classe, o que exige a luta unificada de homens e mulheres contra a moderna escravidão assalariada e pela transformação socialista.

Escritos sobre Feminismo e Revolução

Kollontai, Zetkin, Krupskaya e outras revolucionárias desempenharam um papel decisivo para que o movimento social-democrata do início do século XX compreendesse a necessidade de uma orientação e uma propaganda específica para a mulher trabalhadora, que precisamente pela sua dupla opressão, de género e de classe, não aderia facilmente nem ao Partido nem aos sindicatos. Comunismo e a Família e outros textos de Alexandra Kollontai estão compilados na nossa edição Escritos sobre feminismo e revolução.

Questão nacional e as lutas de libertação

O marxismo sempre prestou grande atenção à questão nacional e à luta das nacionalidades oprimidas pela sua libertação. O ponto de vista do proletariado revolucionário sobre esta questão é claro: “Um povo que oprime outro nunca pode ser livre”. Os movimentos de emancipação nacional podem constituir uma poderosa alavanca na luta pela libertação de todos os oprimidos, desde que estejam ligados à luta contra a opressão capitalista e ao socialismo.

Sindicalismo marxista

O trabalho dos marxistas nos sindicatos é um elemento fundamental do nosso programa. Os revolucionários nunca nos afastamos das massas da classe trabalhadora, participamos nas suas lutas e nas suas organizações defendendo o programa do socialismo, e combatemos as ideias da burocracia reformista de forma enérgica e perseverante.

O marxismo e a guerra

“A luta de classes do proletariado internacional contra o genocídio imperialista internacional é o mandato socialista do momento. O inimigo principal de cada um dos povos está no seu próprio país! O inimigo principal do povo alemão está na Alemanha. O imperialismo alemão, o partido alemão da guerra, a diplomacia secreta alemã. Este inimigo que está em casa deve ser combatido pela classe trabalhadora alemã numa luta política, cooperando com a classe trabalhadora dos outros países cuja luta é contra os seus próprios imperialistas.” Estas palavras do comunista alemão Karl Liebknecht, citadas em numerosas ocasiões por Lenin, definem o ponto de vista internacionalista do marxismo contra a guerra imperialista. 

A Revolução Russa

“É inegável que a Revolução Russa é um dos grandes acontecimentos da história da humanidade, e a chegada dos bolcheviques ao poder, um facto de importância mundial”. John Reed, Dez dias que abalaram o mundo. Vilipendiada pela burguesia e pela social-democracia como um golpe de Estado, as revoluções dos trabalhadores, soldados e camponeses russos em fevereiro e outubro de 1917 abriram o caminho para a transformação socialista do mundo.

O estalinismo

O termidor da Revolução Russa, alimentado pelo fracasso da revolução na Europa, a intervenção imperialista e o atraso económico, abriu caminho ao domínio da burocracia. O abandono do internacionalismo proletário e da revolução mundial — os guias mais importantes do programa bolchevique e do marxismo — e a sua substituição pela teoria do socialismo num só país, preparou a degeneração em linhas nacionais e reformistas do PCUS e da Internacional Comunista. As seguintes obras fornecem uma análise marxista do fenómeno do estalinismo e das suas consequências até à restauração do capitalismo na URSS e na China.

A Oposição de Esquerda

“Os fulgores de outubro iam-se extinguindo nos crepúsculos da prisão. A revolução degenerada havia gerado um sistema de terror e horror, em que eram escarnecidos os ideais socialistas em nome de um dogma fossilizado que os algozes ainda tinham o descaramento de chamar marxismo (…) Mas, quem protestou naquela época? Quem se levantou para gritar o seu cansaço? Os trotskistas podem reivindicar essa honra. À semelhança do seu líder, que pagou a sua obstinação com a vida, os trotskistas combateram totalmente o estalinismo e foram os únicos que o fizeram. Na época das grandes purgas, já só podiam gritar a sua rebeldia nas imensidades geladas da Sibéria, onde os tinham conduzido para melhor exterminá-los.” Estas linhas figuram no livro O Grande Jogo de Leopold Trepper, o chefe da rede de contraespionagem soviética na Europa ocupada pelos nazis.

JORNAL DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA

JORNAL DA LIVRES E COMBATIVAS

Sindicato de Estudantes