A 23 de fevereiro vimos no Porto, em Lisboa, e por outros pontos do país a primeira mobilização dos estafetas das plataformas digitais em Portugal. Um mês depois, no dia 22, os mesmos trabalhadores voltavam a levantar-se. Apontando como plano sair à rua todos os meses até as suas exigências serem cumpridas, estes trabalhadores, como tantos outros, demonstram não só a raiva contra a miséria a que este sistema nos obriga mas ainda a vontade de organização e luta! 

Este é o caminho! 

A classe trabalhadora levanta-se pelo mundo inteiro. Desde as grandes mobilizações sindicais nos EUA à greve geral na Argentina, da maré feminista contra Meloni às mobilizações contra a precariedade e a destruição ambiental no Panamá vemos a mesma arma apontada ao sistema capitalista: a organização e luta da nossa classe, tanto nas ruas como nos locais de trabalho.  

Também em Portugal vemos vários setores com a mesma arma em riste. Dos quase 300 pré-avisos de greve até março (perto do dobro daqueles feitos no mesmo período no ano passado!), salienta-se o papel dos trabalhadores da educação, da indústria, da comunicação social e, agora, dos estafetas. 

Estes trabalhadores, na sua grande maioria imigrantes e racializados, aguentam as piores condições de trabalho e as piores remunerações para encherem os bolsos de alguns dos maiores capitalistas do mundo. Além disso, sofrem uma série de ataques racistas e xenófobos, tanto nas ruas como às mãos das instituições. 

Esta é a camada da classe trabalhadora a quem o fascismo coloca na mira em primeiro lugar e a nossa organização e mobilização é a melhor forma de parar o seu ataque. Perante as suas intenções de nos dividir para oprimir, nós ripostamos com unidade de classe e luta anticapitalista. Só com um programa de choque direto com os interesses da classe dominante poderemos parar a sua ofensiva!

Levantar uma greve de toda a restauração e hotelaria: contra o sistema e os seus lacaios!

As eleições legislativas deixaram a direita e a extrema-direita encorajadas. Para eles, agora é o momento de atacar os direitos laborais e de utilizar o racismo e o machismo para nos dividir. Se acham que nós vamos simplesmente acatar as suas ordens, não podiam estar mais enganados!

As primeiras greves demonstraram o caminho. Permitiram-nos perceber as nossas forças e atrair novos camaradas para a luta. Mas não podemos ficar por aqui. Precisamos de estender a nossa luta, conquistar o apoio dos restantes trabalhadores da restauração e hotelaria e construir a greve geral com todos os setores que também deram os primeiros passos na mobilização.

Perante a ofensiva da reação, precisamos de uma esquerda forte nas ruas e nos locais de trabalho! Agora é o momento! Está na hora da organização e luta!

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