À medida que a atual crise avança vemos como as nossas condições materiais se deterioram rapidamente e também como se põem em questão direitos que conquistámos na luta. 

Como é o caso do direito ao aborto. As 10 semanas garantidas na lei o período mais curto na Europa nunca foram suficientes e estão longe de dar resposta à realidade da mulher trabalhadora. Mas a contínua destruição do SNS está a dificultar ainda mais o acesso ao aborto legal e seguro, barrando a muitas o seu acesso. Pessoas grávidas que querem ter um aborto de classe trabalhadora, e portanto sem hipótese de recorrer à saúde privada têm muitas vezes que ir de hospital em hospital, por vezes viajando centenas de kilómetros, até encontrar um médico que as atenda e mesmo assim não são imediatamente atendidas, por vezes só conseguem marcar uma consulta para semanas depois, e aí já pode ser tarde demais. 

Também vemos como se atropelam continuamente os direitos das pessoas trans e não binárias. Como se viu recentemente com o protesto da actriz e intérprete Keyla Brasil. O seu protesto deixou bem claro que a falta de oportunidades e de acesso ao trabalho a mulheres trans como ela, mas também a homens trans e pessoas não binárias, dificulta o acesso à habitação, a condições de vida dignas e empurram muitas mulheres trans para a prostituição. O que se seguiu ao seu protesto foi uma autêntica chuva de ódio contra a comunidade trans e não binária, inclusive da parte de organizações de esquerda. Ao mesmo tempo gastam-se milhões de euros de dinheiro público para acolher as Jornadas Mundiais da Juventude, e estende-se o tapete vermelho às ideias machistas, lgbtfóbicas e transfóbicas da Igreja Católica. 

O problema é o sistema! Todos à manifestação do 8M!

Dizem-nos que a violência machista, a opressão da mulher racializada, pobre, imigrante ou trans é um problema que se está pouco a pouco a solucionar, com cada nova lei aprovada. Mas não é isso que a realidade nos mostra. Independente das leis, vemos a violência e as agressões contra nós a aumentar de ano para ano. Para pôr fim ao machismo, não basta denunciar a sua existência ou simplesmente modificar a legislação. É necessário ir à raiz do problema a opressão económica, ideológica e de género causada pelo capitalismo e confrontar a extrema-direita, a Igreja Católica e os reaccionários que permeiam as instituições. Combater a violência sexista significa mobilizar os enormes recursos económicos existentes (e que estão nos bolsos dos grandes capitalistas, empresários e proxenetas) e colocá-los ao serviço das necessidades sociais existentes e dos mais oprimidos: as mulheres da classe trabalhadora.

O capitalismo é violência contra as mulheres, contra os trabalhadores e a juventude. Mas não vamos permitir que este sistema nos esmague.

A Livres e Combativas apela a todas as organizações de esquerda, sindicatos, colectivos anti-racistas, anti-fascistas e anti-capitalistas para saírem à rua no dia 8 de março, contra as agressões machistas, transfóbicas e fascistas.

Não daremos um único passo atrás até que o slogan “Nem Uma A Menos!” se torne uma realidade. A luta torna-nos livres!

Junta-te a nós e constrói connosco um feminismo revolucionário!
Lisboa: Alameda 18:30h

JORNAL DA ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA

JORNAL DA LIVRES E COMBATIVAS

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