É necessário ocupar as ruas contra o massacre sionista e o autoritarismo do Governo alemão!

Enquanto o Estado de Israel comete um genocídio sangrento na Faixa de Gaza, o governo alemão e todos os partidos do arco parlamentar, desde a AfD até Die Linke, mostram descaradamente de que lado estão: com o governo sionista, colonialista e fascista de Netanyahu e contra o povo palestiniano.

Toda a imprensa está alarmada com um novo tipo de racismo, mas ninguém se refere à violência brutal sobre as crianças na Palestina, não, mas àquilo que apelidam de “anti-semitismo islâmico”. Que cinismo! Apenas se empenham em justificar o genocídio contra o povo palestiniano!

A classe dominante está a trazer a guerra sangrenta contra a Palestina às ruas das cidades alemãs, intensificando como nunca antes a criminalização e a repressão contra todos aqueles que mostram nossa solidariedade com a luta de libertação da Palestina, e que denunciamos os crimes de guerra que estão a ser cometidos pelo Estado sionista.

O autoritarismo e a repressão dão um salto qualitativo na Alemanha

A representação está a alcançar, atualmente, um novo nível. Mais um passo no desenvolvimento de tendências autoritárias e reacionárias, que alimentaram a subida da AfD. As manifestações de solidariedade com o povo da Palestina foram proibidas em quase todas as partes. E onde quer que se tente avançar, por meio de reuniões ou concentrações, a polícia não hesita em prender, inclusive os menores, utilizando violência brutal. Os palestinianos e os árabes que vistam o Keffiyeh, o lenço palestiniano, ou ondeiem a bandeira palestiniana são presos apenas por esse motivo. Um vídeo de um jovem estudante que mostra a bandeira palestiniana em uma escola de Berlim, foi golpeado na cara por um professor! Mas apenas o aluno está suspenso! Uma escola primária em Berlim distribuiu entre os estudantes um questionário que perguntava sobre suas opiniões políticas sobre o Estado de Israel e a guerra contra a Palestina, para crianças de 6, 7 e 8 anos!

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Há uma frente única formada por todos os partidos do Bundestag, desde o ultra-direitista AfD, passando pela CDU, o SPD e Los Verdes, até ao Die Linke, criminalizando a população palestiniana e árabe e justificando o genocídio sionista.

A CSU, um dos partidos da direita tradicional, propôs um programa de quatro pontos segundo o qual os solicitantes de asilo e os imigrantes deveriam ser deportados se não "se comprometessem o suficiente com o direito de Israel a existir", voltando a insistir, para justificar esta medida própria da extrema direita, na mentira do "anti-semitismo muçulmano". E quem o faz é precisamente um partido que recentemente se aproximou do vice-ministro-presidente do estado da Baviera, Hubert Aiwanger, do partido de extrema-direita bávaro Votantes Libres, depois de descobrir que militou em sua juventude em organizações nazistas abertamente anti-semitas.

Juntos a esta campanha abertamente racista, a que agora foi somado Scholz e seu governo de “progresso” colocando a necessidade de “deportar uma grande escala” diante de “uma situação de insegurança na Alemanha”, também estamos vivendo uma campanha massiva de propaganda sionista que penetrou em setores da esquerda reformista como Die Linke. Uma campanha que reproduz sem nuances as mentiras abertas do governo sionista, como o bombardeio do hospital Al Ahli em Gaza causado por mísseis palestinianos. Mentiras repugnantes que só têm um objetivo, justificar a guerra, o massacre, o genocídio do povo palestiniano!

O Die Linke subscreve esta campanha de criminalização e faz uma frente única com a direita e a reação

Não nos surpreende que a direita ou o atual governo alemão, encabeçado pelo SPD e Os Verdes, respalde as atrocidades do sionismo. Desde há muito tempo estão apoiando os diferentes governos israelenses e sua limpeza étnica contra os palestinianos. Porém o mais grave não é esta posição, nem a repressão em curso, mas que encontra eco no seio da chamada esquerda “radical”, do Die Linke, e no seio do movimento sindical.

Neste contexto, uma parte como Die Linke — com seu grupo parlamentar no Bundestag e os seus enormes recursos financeiros e humanos — poderia utilizar todos os seus recursos, capacidades e projecção pública para convocar manifestações em apoio à população Palestina, ganhando o apoio de milhares de pessoas, de dezenas de milhares de palestinianos e árabes que vivem na Alemanha, e de milhares de alemães que escandalizaram-se com os crimes do Estado de Israel, a deriva autoritária do aparato do Estado e do Governo, e as campanhas racistas de deportação.

Mas a direção do Die Linke formou uma aliança próxima com todos os demais partidos do arco parlamentar, uma política de unidade nacional que se nega a romper. No lugar de ser o unico partido do Bundestag, que se põe ao lado dos oprimidos, o Die Linke decidiu declarar-se a favor da repreção, da criminalização do povo palestiniano e dos árabes, e da justificativa do genocídio sionista, incluindo tanto a la CDU, como a AfD! Seus representantes no Bundestag votaram a favor de uma resolução que, entre outras coisas, pede deportações racistas por delitos que poderiam cometer no seio de manifestações e protestos, e a proibição de organizações palestinas como a rede de solidariedade com os presos palestinianos Samidoun.

A burguesia alemã ataca os imigrantes e reprime os protestos de solidariedade nas ruas, e Die Linke participa nisso!

Somente com a lucha nas ruas podemos parar o massacre sionista e a representação do Governo!

Apesar desta bateria de ações e medidas repressivas, a indignação pela atuação criminosa do Estado de Israel, as imagens das centenas de crianças, velhos, mulheres e homens palestinianos assassinados na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia, e as imagens de manifestações massivas em todo o mundo, estão rompendo com esta intenção de criminalizar produzindo, apesar da proibição, manifestações massivas também na Alemanha como as que foram vistas este fim-de-semana [21/10] em Dusseldorf, às quais se somaram outras cidades e mais se somarão.

A partir da Offensiv (Esquerda Revolucionária na Alemanha) chamamos toda a esquerda combativa e os movimentos sociais a responderem aos apelos contra esta intenção de proibir e criminalizar os protestos e greves de solidariedade com a causa da Palestina. Resistência desde baixo contra a repressão de cima!

A guerra do Estado sionista e do imperialismo estado-unidense, com a colaboração da UE, e a intenção do genocídio de sobre nossos irmãos e irmãs de Gaza, está desatando uma nova onda na luta de classes em todo o mundo. Nos encontramos diante de um novo massacre, diante de uma nova barbárie, que põe em evidência a podridão e a decadência de todo o sistema capitalista. Mas há evidências de que os oprimidos lutarão e se levantarão para acabar com as guerras imperialistas, com a opressão nacional que sofre de forma de brutal povos como o palestiniano, e contra um sistema que só é capaz de oferecer barbárie, miséria e sofrimento.

Une-te aos comunistas revolucionários e lute connosco contra este sistema que só causa a guerra, a exploração e a destruição!

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