As alterações climáticas converteram-se numa realidade que põe em risco o futuro do planeta e da própria humanidade. Esta situação de emergência é produto da lógica e do funcionamento do sistema de produção capitalista que arrasa tudo o que encontra, incluindo o meio-ambiente.

Paradoxalmente, os avanços científicos permitiriam começar a travar as alterações climáticas e garantir um mundo sustentável. No entanto, a situação de emergência climática agravou-se alarmantemente. A razão é óbvia: para o sistema capitalista, um sistema onde a produção serve os lucros de uma minoria — ainda que isso suponha austeridade, opressão e barbárie —, travar a destruição do planeta converte-se numa tarefa impossível.

Não é morte, é assassinato!

Os responsáveis pela destruição do meio-ambiente têm nomes e apelidos: calcula-se que 63% das emissões de CO2 a nível mundial são consequência da actividade de 90 multinacionais, enquanto na Europa 60% da poluição é produzida por cinco destas empresas. Perante esta realidade, muitos especialistas e meios de comunicação levam as mãos à cabeça e perguntam-se como é que é possível que não “exista vontade política” para abordar o problema climático. A resposta é simples: os interesses dos capitalistas são totalmente antagónicos aos da maioria da sociedade.
Um punhado de capitalistas são quem determi
na o que se produz e como se produz, unicamente com o interesse de seguir obtendo maiores ganhos privados, condenando-nos à austeridade, às privatizações, aos salários de miséria, à opressão e à catástrofe ecológica. Para extirpar o mal pela raíz, há que acabar com o capitalismo, não transformá-lo ou “torná-lo ecológico”. De facto, o discurso sobre a possibilidade de construir um “capitalismo verde” é uma autêntica utopia e faz-nos desviar do centro do debate, focando-o somente no consumo responsável e nos comportamentos individuais.

Uma sociedade ecológica é possível… com o socialismo

Temos testemunhado nos últimos meses um levantamento da juventude a nível internacional contra as alterações climáticas — uma luta que se está a tornar num veículo de expressão para que milhares de jovens denunciem o beco sem saída a que nos leva o capitalismo. O Sindicato de Estudantes contribui com todas as forças para erguer uma alternativa revolucionária frente a todos os que pretendem esconder os verdadeiros motivos e responsáveis da situação que atravessamos: os grandes capitalistas e os seus governos, que abrem o caminho à fome voraz de dinheiro ainda que isso signifique desflorestar, contaminar os mares, utilizar energias poluentes…

É fundamental levantar um movimento de massas que defenda um ecologismo revolucionário e anticapitalista, que una a luta da juventude e da classe trabalhadora por uma vida digna para a maioria com um programa que defenda a nacionalização imediata dos principais sectores da economia e as grandes empresas de energia, que acabe com os combustíveis fósseis e que torne realidade uma rede de transportes pública eficaz, ecológica e gratuita, que proíba a destruição capitalista dos nossos oceanos e florestas, que lute contra todas as formas de poluição e por uma sociedade sustentável. A luta pela transformação socialista da sociedade é mais urgente que nunca!

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